Happy hour


Ando a dormir pelos cantos.
Estes maravilhosos dias de primavera dão pano para mangas e andam de mãos dadas com o meu cansaço.
Retomei as caminhadas. São o meu respirar fundo diário e já me custa pegar no carro quando me atraso e fica tarde para sair a pé.
Ao fim do dia vou com os três atrelados até casa com aquela energia própria do depois da escola; e com a mesma pergunta do Mia: vamos a pé?! - com um ar aflito.
O regresso a casa é livre e eles sabem, a nossa hora do dia mais feliz, mas quando chegamos a casa a rotina instala-se e nem sempre de forma tranquila... O Vicente como irmão mais velho vai dando o exemplo e ajuda-me a encaminhar os outros dois. É um homem da casa quando o pai não está.
Depois do jantar está lusco-fusco e eles continuam a achar que ainda é cedo para ir para a cama e lutam contra o tempo na sala. Muitos dos dias passo pelas brasas sentada na cama do Sebastião - à espera que adormeça - e depois por onde me encosto e assim que caio na cama.
Mas nesta altura do dia, com todos em silêncio e às escuras sei que sou uma sortuda e prometo a mim mesma que "amanhã vou ser melhor mãe".