Vou no balanço


Este ano vou no balanço... 
Ainda há restos ou magoas do ano velho que quero e vou soltar. Ano novo. Quer vida nova.

Estou em processo de pazes com a nossa nova vida; 2017 foi um ano “mais ou menos”; a "novidade" é a agricultura na vida do António que junta à engenharia lhe rouba tempo connosco...
Penso muito que a vida que era mais devagar e na logística que se instalou. Nos 3 e no quarto filho que acabou por ficar nos sonhos. E no ano que passou, tão exigente para a nossa família. Penso em nós e no modelo de família que queremos construir e passar-lhes. Em mim que tive dias a fio só com os três que me levaram ao limite, que perdi a cabeça e as forças e o tempo com eles não teve qualidade. 

Penso no António que “está sempre a trabalhar e já temos saudades" que foi atrás de um sonho, mas que se recente com as ausências nas nossas rotinas.
No ano passado foram poucos os sábados ou domingos que acordamos com o pai em casa. E que nos sentamos à mesa para o pequeno-almoço em família; e fomos à missa, ao parque e ao jardim. 
Pode parecer quase nada. Que peso tem isto, comparando a tantas outras casas e vidas?? Mas éramos sempre os cinco e faz-me falta a minha cara metade em todas as horas.

Continuamos a ser equipa e a trabalhar os dois os reajustes, as cedências e a "pesar os pratos da balança" todos os dias; para o bem de todos, dos nossos dias e da nossa família. E o que mais pesa são os meus miúdos, que aguentaram tudo como uns heróis. Dias com a minha cara fechada e quando só me apetecia silêncio. O cansaço e a minha falta de paciência e de tempo para as coisas deles, sem nunca fazerem cara feia nem o acusarem; por muitos receios que tivesse. 
E sim, estivemos todos bem de saúde e foram tantos dias bons e os 5, e fomos/somos felizes. E estamos em 2018 e vi-os crescer (tão depressa!!) e brincar e andámos de bicicleta, que só posso "dar a volta", abrir-lhes os braços e o colo, pedir-lhes desculpa e agradecer por tê-los na minha vida.