Até para o ano agosto

Chegámos há dois dias. 
Eles não queriam vir. Mas aos poucos e ao compasso de criança perceberam que estava na hora de voltar. Quando pisaram o nosso chão ficaram loucos! Correram tudo! Gritaram. Riram. Reviram o quarto dos brinquedos, o quarto de dormir, o logradouro. Afinal, já tinham saudades.

À noite, pareciam duas baratas tontas! Deitaram-se, levantaram-se da cama. Choraram! Tagarelaram. Não queriam dormir. Não queriam ficar no quarto. Para o Vicente era tão "bom ter a cama dos pais no quarto deles". Estão ainda mais apegados e dependentes de nós. A palavra Mãe é a que mais se ouve por estas bandas. 

As nossas férias foram as deles.Todos os programas foram definidos a pensar neles. Foram três semanas intensas, sempre de olhos nos olhos e de mão nas mãos. Foram férias em família. Em que aproveitámos para estar mesmo juntos.

O fim das férias implica muita disciplina. Vamos entrar no novo ano escolar e de trabalho. Eles estão desrotinados e desalinhados. Com a liberdade e excitamento natural dos dias em que estivemos juntos com todo o tempo para eles, sem horas marcadas, horários ou compromissos inadiáveis.
É preciso voltar a entrar no ritmo. É preciso (voltar a) pôr os pés no chão e fintar a rotina. Vêm aí nove longos meses de trabalho, até chegarmos novamente ao verão. 

Este foi o último fim-de-semana com sabor a férias. Mas de hoje em diante as rotinas de sempre voltam, para que tudo comece a fluir. O Pai começa a trabalhar, o Mia começa a creche e o Vicente vai para a escola em meados do mês que amanhã entra. 

Setembro é também o mês em que mudamos os nossos bebés para o quarto deles. Para o A era hoje. Hoje ainda não. Ainda não é setembro...

Eu continuo de licença de maternidade e vou ficar mais uns dias com eles em casa. Não consigo largá-los já! Quero aproveitá-los enquanto ainda posso. Para nós quatro, o verão começa agora! 
Quando tudo se alinhar, temo precisar de férias destas longas férias.

Até para o ano agosto!