Síndrome de Mãe


Passaram três anos desde o nascimento do Vicente. 
Hoje estou mais atenta a todas as fases do desenvolvimento pelas quais passa um bebé. 
Não que não tivesse reparado nelas quando passaram pelo Vicente, mas foi um reparar romântico, embevecido, quase que superficial.
Agora olho para cada etapa com "olhos de ver" e até antecipo a sua chegada com literatura.
Em três anos muita coisa muda e também muita coisa se esquece.
Mesmo assim com a matéria estudada, há sempre comparações. É o chamado "síndrome da Mãe" e também das avós.
Todas esquecemos que cada bebé é único e que cresce ao seu próprio ritmo. "Ele já devia gatinhar?! E dentes? O Vicente já batia palminhas com sete meses! É o que mais se ouve cá em casa.
Adoro ouvir o Mia palrar, é uma ternurinha. Parecemos tontos a responder-lhe. E toca a filmar e fotografar tudinho para a posteridade.
Quando temos filhos, todos os dias são dia de festa. Simplesmente, porque sim. Porque eles existem. Porque eles são o melhor do nosso mundo. Porque é tão bom vê-los sorrir. Todos os dias há uma novidade, um progresso. Uma gracinha. Uma estória. E que bom que é vê-los crescer.
Agora com com um dente a romper, o gordo já consegue ficar de pé agarrado às grades do berço. Depois há tombos, mas também fazem parte da história e do desenvolvimento.  Já tenta levantar-se sozinho e segurar-se com as mãos. Já gatinha e sabe balançar-se. Já bate palminhas! Uma delícia!
E bolachas? Alguém falou em bolachas? É vê-lo papar uma enquanto um anjo esfrega um olho.